Capa do livro

As fúrias invisíveis do coração

Os altos e baixos da vida

Talvez o meu livro favorito
Gostei tanto deste livro e de tê-lo para ler diariamente que sinto que escrever uma resenha sobre ele se torna ainda mais difícil.
A obra acompanha toda a vida de um personagem (inclusive até antes de seu nascimento), o que faz com que ele se torne quase um amigo íntimo ao longo da leitura. O livro se destaca pelo desenvolvimento cuidadoso dos personagens e pelo desfecho bem construído de cada acontecimento. É extremamente prazeroso encontrar referências a momentos do início da história ao longo da narrativa, seja na metade ou no final. Esse recurso me surpreendeu, pois criou uma sensação de proximidade com o cotidiano da vida real. Assim como na vida, somos moldados por nossas memórias, traumas e experiências, que influenciam quem nos tornamos, como acontece com o protagonista.

Spoiler

Posso considerar este livro uma das poucas obras LGBT que não me incomodaram com acontecimentos trágicos, porque a história não se resume a isso. O evento doloroso não é o desfecho, mas apenas um fragmento da trajetória do personagem. Na vida, coisas ruins acontecem, mas nossa história não termina al; continuamos, e momentos maravilhosos podem surgir em seguida.

Capa do livro

Nadando no escuro

Nada é permanente só a impermanência

"Mas isso vai passar, meu querido. Até mesmo a mais longa das filas se desfaz em algum momento."

Como alguém que já teve a experiência de morar fora do próprio país, eu entendo completamente o sentimento de Ludwik. Não há lugar como nossa casa. Mesmo conscientes das dificuldades e da realidade de onde viemos, o sentimento de saudade se torna uma constante em nossas vidas, tornando-se uma impermanência, comovente e ressonante. Tomasz surpreende com sua capacidade de nos transportar para a Polônia dos anos 80. Após nos situarmos nesse contexto, nasceu em mim a vontade de adentrar junto com Ludwik em sua revolta contra o governo, mesmo cientes da camada de complexidade emocional, destacada na luta interna dele entre o desejo de escapar das dificuldades e o anseio pela conexão com suas raízes. Quanto ao romance, o início do livro segue como a maioria dos livros de temática gay, nos apresentando o processo de descoberta e negação do personagem, o que, ao meu ver, se torna algo repetitivo.
Após tudo o que viveram, a saudade e o luto continuaram, porque afinal, o luto é apenas o amor perseverando.

"Não importa o que aconteça no mundo, o quão brutal ou distópico seja, nem tudo está perdido se existem pessoas arriscando a vida para documentar os fatos."
[spoiler] Felizmente, o fim do livro me surpreendeu positivamente. O que não estava me prendendo, que era o romance, logo se tornou algo muito interessante com a entrada de Hanaa. Normalmente, odeio triângulos amorosos com mulheres, pois acaba se tornando um clichê em narrativas gays de época. Mas, nesse caso, é trazido um contexto político envolvendo poder e dominação de uma classe superior.

Capa do livro

Matéria Escura

E se...

O livro, acima de tudo, trata sobre o tema do "e se?"
Jason é um homem que, contra a sua vontade, tem a possibilidade de experimentar uma realidade onde o "e se?" não é apenas um desejo ou um motivo de ansiedade, mas uma opção real. Com o desenvolver da história, fica claro o quão precioso e imutável é o 'agora', mas não o 'agora' no sentido temporal, mas no sentido da aceitação do ser, da realidade presente. O "e se" pode sim existir e existir em milhares de realidades, mas nenhuma atitude tomada aponta uma causalidade. Todos os "e se" têm a mesma probabilidade de se tornarem algo bom ou algo ruim. Então, consequentemente você poderia ser uma pessoa diferente, em uma profissão diferente da mesma forma que você também poderia ser o escritor de um Romance Paranormal Gay com Gravidez Masculina de Dragão. A questão apresentada é que, além de não existirem escolhas certas ou erradas, os efeitos e consequências dessas ações não são certos; o karma não existe. O livro traz a filosofia do ser além do questionamento do "e se".

"E talvez eu possa abrir mão da dor e do ressentimento do caminho não trilhado, porque o caminho não trilhado não é apenas o inverso do que sou. É um sistema infinitamente ramificado que representa todas as permutações da minha vida."

Capa do livro

Vagabond #24

De longe o melhor volume Aqui você percebe como tudo se tornou perfeito, a ilustração passeia entre vários estilos e serve todos com muita qualidade. O texto se destaca e a pegada existencialista é perfeita. O auge do auge de vagabond espero me surpreender cada vez mais nos próximos volumes.

Capa do livro

Flores para Algernon

Pensando aqui

Acho que todo mundo já teve um momento em que pensou: 'Nossa, talvez eu seria mais feliz se soubesse menos'. E esse tipo de pensamento sempre me deixou inconformado porque parte do pressuposto de que pessoas com menos estudo, menos conhecimento, são inferiores, tendo uma realidade tão reduzida que não chegam a experimentar o mesmo nível de sofrimento que as outras. A reflexão sobre o indivíduo que este livro traz é importantíssima, nos fazendo sair do pedestal para olharmos para os outros como iguais, suscetíveis à felicidade, tristeza e diversos outros sentimentos que não dizem respeito à inteligência. Para finalizar, achei incrível a forma como Charlie evolui intelectualmente, porém deixando para trás a inteligência e maturidade emocional. Isso me lembrou algumas sessões de terapia em que me via sem bagagem para nomear sentimentos básicos que estava experimentando. Acredite ou não, a gente cresce aprendendo catetos e hipotenusas, mas, no auge dos meus 25 anos, não sabia dizer que naquela circunstância, naquele momento, naquele dia, o que eu senti foi vergonha.

Capa do livro

O fim da infância

Speachless

Confesso que no primeiro capítulo não estava dando nada pelo livro, mas ao entrar em sua segunda parte quando os Senhores Supremos se revelam para fora da nave o livro entra em uma sequência de acontecimentos que você fica simplesmente viciado. Quando você acha que a resposta será dada, o livro te joga pra outra narrativa que em vez de explicar de gera mais curiosidade te lançando para o final do livro onde tudo é respondido (ou quase tudo). O fim da Infância é um livro único.

"Imagine que a mente de cada homem seja uma ilha, rodeada pelo occeano. Cada uma parece isolada, mas, na realidade, todas estão ligadas pelo leito rochoso de onde brotaram. Se os oceanos desaparecessem, seria o fim das ilhas. Todas seriam parte de um continente, mas sua individualidade teria desaparecido".

Capa do livro

Os sete maridos de Evelyn Hugo

Bem bom

São tantos tópicos tantas nuances, mas infelizmente demorei tanto pra ler que to sem cabeça pra fazer uma resenha a altura. bjsss

Capa do livro

Amêndoas

Não esperava que gostaria tanto

"Eu decidi confrontá-la. Confrontar qualquer coisa que a vida jogue em cima de mim, como sempre fiz. E sentir tanto quanto eu puder. Nem mais nem menos" - E você (eu) ai querendo ir no psiquiatra pra sentir menos.

Eu sinceramente não esperava nada que esse livro tinha pra me entregar. Inclusive, pela capa com uma ilustração tão fofa. O livro conta a história de Yunjae um menino com a condição alexitimia, que o impede de entender e sentir emoções. Os personagens do livro são cativantes e a escrita é fluida e gostosa de ler. [spoiler] Para mim o livro começa a se tornar muito mais interessante com a entrada de Gon, a construção da amizade deles é algo que me tocou bastante a ponto de ficar apreensivo com a entrada de Nora, temendo que a história caisse no cliche dos dois brigando por uma menina. Não foi o que aconteceu. Pra finalizar fiquei muito feliz com o final e só tenho a agradecer a autora. obrigado obrigado obrigado.

Capa do livro

Elmer o elefante xadrez

Usei para me assumir

Com 23 anos dei esse de presente para meu pai de dia dos pais. No livro Elmer, o elefante, passa pela provação de reafirmar e mostrar para os outros elefantes que ele é diferente sim, ele não é apenas cinza ele é todas as cores. Obviamente meu pai no auge dos seus 60 anos não entendeu a mensagem e tive que dizer com todas as palavra paiii sou gaayy, deu tudo certo, nos abraçamos. O engraçado é que meu sobrenome por parte de pai é justamente Helmer.

Capa do livro

O Pacifista

Este livro é um ato de homofobia!

Voltei para completar minha resenha, sinceramente, esse autor !!! que ódio. O final foi praticamente uma punição para o personagem, estou inconformado! Estarei para sempre do lado do Tristan. (o livro é muito bom)

O que esperar de um livro de romance gay durante a Primeira Guerra já era óbvio; afinal, mesmo em romances atuais, os desfechos são frequentemente trágicos, imagine em uma época e circunstâncias tão extremas. Apesar disso, consegui me surpreender com o quão terrível (não no sentido de uma má leitura) poderia ser o desenrolar dos fatos anunciados logo no início do livro. Tentando me desapegar do conflito entre Tristan e Will, posso dizer que foi muito prazeroso acompanhar o desenvolvimento de uma relação que muito de nós sonhamos em ter tido um dia. Assim como Tristan, me apeguei aos detalhes que confirmassem o viés que desejávamos, mas que, infelizmente, com a dureza da realidade, nos surpreende e decepciona. Enfim, tentei escrever de forma séria, mas resumindo, um gay emocionado se identifica com seu semelhante; ambos sofrem. E o gay emocionado sou eu.

"Escute, sussurra em meu ouvido. 'E não esqueça o que vou lhe dizer (...)"

Realmente não vou.

Capa do livro

Sodomita

Enfim, a nossa história

Eu, particularmente, me identifico mais com personagens românticos do que carnais. No entanto, seu contexto e valor histórico o tornam uma leitura riquíssima e indispensável. Há uma carga cultural impressionante que, na minha opinião, é a cereja do bolo.

"Quis cem vezes matar-me, mas ainda amava a vida."

"É preferivel não deixar aos cronistas este relato, e vale mais que eu mesma o faça, porque as impressões a relatar são de difícil captura por quem não as viveu, sendo portanto necessário que eu, as tendo vivido, as relate"

"Causas do coração melhor se explicam em bem senti-las."

"Meu coração é um incêndio, e gosto disso imenso, Digo-lhe com todos os cinco sentidos e com toda a essência em meu ser: vida, ama-me muito e paga-me na mesma moeda, por que amo muito, muito, muito, mutio....."

Retiro o que disse, ele era sim um homem além de tudo romântico.

(Eu jurei que era uma história real)

Capa do livro

A gente mira no amor e acerta na solidão

Destaques

Como li faz algumas semanas vou me atentar em alguns destaques me tocaram de alguma forma:

"Não existe receita pronta para ser a gente mesmo. Só a gente é o que é. Somos sozinhos nesse sentido."

"Quem sou eu para além do que já sei?"

"Saber racionalmente que alma gêmea não existe não nos exime de desejar que ela venha a existir" - nossa como essa me pegou...

"Ao encontrar um amor, a gente não encontra a parte que nos faltava até então. A gente econtra a metade que fará falta a partir dali."

e assim por diante... um livro cheio de reflexões amei amei.